Instituído em 2007, o projeto SPED (Sistema Público de Ecrituração Digital) engloba três grandes projetos, a Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Entre eles o que tem causado mais impacto nas empresas é a Escrituração Fiscal Digital, pois além de exigir alterações significativas no ERP para que as informações possam ser geradas adequadamente, também exige algumas mudanças de hábito nos processos administrativos e produtivos da empresa.
Isto pode até ser encarado por alguns empresários como mais um entrave burocrático estabelecido pelo poder público, e não podemos negar que naturalmente irá gerar um trabalho maior, porém se encararmos o fato do ponto de vista da organização e do controle veremos que a Escrituração Fiscal Digital, especialmente o Bloco K, trará benefícios para a empresa.
O bloco K representa uma obrigação acessória já exigida, porém não cumprida, anteriormente no formato de um livro fiscal chamado Livro Registro da Produção e do Estoque, devido a dificuldade de controle manual o cumprimento desta obrigação sempre foi protelada. Mas com o avanço das tecnologias digitais e da conectividade através da internet se tornou possível colocar em prática novas ideias e reaplicar outras que já estavam em pauta há muito tempo.
Com esta obrigação, cujo prazo estipulado para implantação está previsto para 2016, as empresas precisarão necessariamente ter controle de sua produção e dos seus estoques, pois estas informações deverão ser enviadas na Escrituração Fiscal Digital (EFD) e para que seja possível gerar essas informações é necessário que haja controle efetivo da produção e dos estoques para que não exista divergência nas informações.
Por sua vez o controle da produção e dos estoques, quando realizado de forma adequada, colabora para que ocorra um aumento significativo na produtividade e uma considerável redução nos custos, além de proporcionar uma visão rápida e segura de todos os processos internos da empresa ajudando a corrigir eventuais falhas que podem gerar desperdício de materiais, atrasos em entregas e, o mais importante, descontentamento dos clientes.
A implantação do bloco K da EFD, ainda que postergada, acontecerá de fato e não há mais retorno, portanto é necessário que o empresário encare a situação de frente e aproveite a oportunidade para melhorar seus processos internos, diminuir os custos de produção, gerar mais faturamento e aumentar a lucratividade.